Postado em 23/10/2007 por Deris |
Assunto: Centro-sul pode ganhar usina de etanol |
A produ��o de etanol anuncia grandes perspectivas para o mercado sergipano do agro-neg�cio. Um grupo de empres�rios locais est� defendendo uma nova fronteira de cana-de-a��car para o Estado a partir de estudos t�cnicos que est�o sendo realizados nas terras do centro-sul, onde seria refundada a tradi��o da cana e constru�da uma usina ali. Utilizar o etanol extra�do da cana-de-a��car e aproveitar a malha de distribui��o j� dispon�vel para o �lcool constitui um cen�rio economicamente animador. O produto � uma alternativa �limpa', muito menos poluente que a gasolina. De acordo com o secret�rio de Estado Desenvolvimento Econ�mico, Ci�ncia e Tecnologia, Jorge Santana, existem na zona sul sergipana �reas de terras prop�cias que poder�o sediar mais um empreendimento industrial para a produ��o de etanol. E h� empres�rios querendo isso. "Est� sendo feito um zoneamento da �rea. Os primeiros estudos t�cnicos apontam para um cen�rio favor�vel. A depender da empreitada, pode requerer entre 10 e 15 mil hectares de terras, e isso aparentemente existe dispon�vel no centro-sul. Uma vez instalada, a usina ter� exig�ncia de uma produ��o de 400 a 500 mil toneladas de cana. Estamos trabalhando com uma grande expectativa, at� porque � mais uma iniciativa do capital sergipano", avalia o secret�rio. A inten��o � converter para a cana-de-a��car espa�os que atualmente servem � pecu�ria - isso permeando munic�pios a partir de Itaporanga D'Ajuda, indo � costa de Salgado, Boquim na parte que faz fronteira com Est�ncia, o pr�prio munic�pio de Est�ncia, mais Umba�ba, Santa Luzia, Cristin�polis, enfim, a regi�o que j� deu muita cana e foi deixada de lado, ainda hoje ostentando casar�es de sedes de antigos moinhos. O projeto n�o quer e nem pretende avan�ar sobre as terras hoje usadas pela produ��o de laranja. Este projeto j� rendeu reuni�es com a Secretaria de Estado Desenvolvimento Econ�mico, Ci�ncia e Tecnologia e com a Secretaria de Agricultura. Pelo menos mais de meia d�zia de empres�rios de grande porte est� unida em torno dela - eles disp�em de algo em torno de 8 mil hectares de terra nesta zona. Alberto de Carvalho, o Betinho da Concorde, � um deles. Para este empres�rio, a perspectiva de aumento da procura do etanol no Brasil e no exterior abriu uma porta para a possibilidade de outros produtores rurais adaptarem tamb�m suas propriedades a essa nova cultura da cana-de-a��car. De acordo com ele, isso significa um cen�rio bastante positivo para o Estado. "Estamos nos organizando e analisando a viabilidade econ�mica e uma quantidade de �rea suficiente para se instalar uma usina de, no m�nimo, 500 mil toneladas. Mas n�s ainda estamos fazendo contatos. N�o tem nada de concreto, apenas uma grande possibilidade. S� vamos anunciar quando tiver alguma coisa comprovada", avisa o empres�rio. Para Betinho, o projeto pode e deve arrastar uma s�rie de pequenos donos de terra, que passariam - como ocorre em Alagoas - a produzir cana para fornecer � nova usina, tendo nisso mais uma fonte de renda para a sua propriedade. Raimundo Juliano, ex-Grupo Disberj, � um outro empres�rio de peso a se somar com esta id�ia. Ele assegura que uma vez aprovada a implanta��o da usina no centro-sul, cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos ir�o beneficiar a popula��o sergipana. "� uma iniciativa de gera��o de renda e ocupa��o de m�o-de-obra para Sergipe. Um incentivo para que existam mais produtividade e aproveitamento das terras", explica Raimundo, ele mesmo um dos grandes donos de terra na regi�o. AMEA�A A OUTRAS ATIVIDADES Segundo Alberto de Carvalho, s�o quase dez propriet�rios que est�o com interesse de, no futuro pr�ximo, implantar a unidade industrial - um projeto que, na zona norte, j� est� em pr�tica, com uma usina e produ��o pr�pria de cana do Grupo Saman no munic�pio de Capela. Alberto e o secret�rio Jorge Santana garantem que a usina do sul n�o ir� amea�ar a produ��o de laranja no Estado. "S�o duas culturas de excelente rentabilidade e �reas totalmente diferentes. � apenas uma atividade que vem somar e n�o dividir", afirma Alberto. A DIMENS�O DO PROJETO Com rela��o � substitui��o de pastagens de gado pela cana-de-a��car, Jorge Santana explica que h� uma movimenta��o natural para a convers�o, pois a pecu�ria extensiva aponta tend�ncia normal para que isso aconte�a, mas assegura que a atividade pecuarista n�o ir� desaparecer, pois os animais migram para outras �reas. "A cana entra e o boi sai, mas ele se desloca facilmente. Iremos evitar a todo custo que essa nova cultura fa�a sumir as outras. Esse n�o � o nosso intuito", revela o secret�rio. O Governo de Sergipe e um forte grupo econ�mico local at� discute o fomento a um p�lo leiteiro naquela regi�o, em torno do qual seria fundado um latic�nio que absorveria 400 mil litros de leite por dia. Portanto, n�o pode e nem est� disposto a desestimular a pecu�ria. O projeto de retomar as terras do litoral sul para a cana-de-a��car pode parecer simples, mas tem uma dimens�o para a economia mais forte do que o que se imagina. Para se ter uma id�ia do quanto representa uma �rea de 10 a 15 mil hectares de terras produzindo a cana que eles esperam que atinja entre 400 e 500 mil toneladas por ano, esta secular atividade produz hoje no Estado cerca de 2 milh�es de toneladas anuais, sempre concentrada nas terras do litoral norte, que v�o do Baixo Cotinguiba �s pradarias de Pacatuba. � como se esta nova empreitada quisesse representar, na largada, um quarto do que j� se tem h� mais de um s�culo. A estimativa de empres�rios rurais da �rea � de que Sergipe tenha cerca de 35 mil hectares de cana-de-a��car plantadas. Isto p�e em produ��o, moendo, algo em torno de 28 mil hectares por ano, o que daria entre 1,8 milh�o e 2 milh�es de toneladas de cana anualmente. Isto gera emprego e deixa um subproduto que atende aos cidad�os comuns de ponta a ponta do Estado: o imposto. S� uma das empresas da �rea, a Usina S�o Jos� do Pinheiro, chega a pagar mais de R$ 200 mil mensais de ICMS. Fonte: Cinform |
VOLTAR |
WWW.BOQUIM.COM